Quem acompanha meu blog e meus escritos, está careca de saber que curto a
Mitologia Grega. Seja por sua diversidade de temas e/ou personagens cativantes que apresenta. Natural então que filmes que bebam dessa maravilhosa fonte chamem minha atenção.
Imortais é mais um que entra para a lista dos filmes que tinham tudo para serem bons, mas que não empolgaram no fim das contas.
Imortais narra a história de
Teseu (
Henry Cavill), um humilde camponês que sofre preconceitos por não saber quem é seu pai, pois a mãe dele foi estuprada e ninguém quis se casar com ela. Devido a vida que leva, ele não acredita nos deuses gregos que sua mãe tanto venera. Ele também é um guerreiro habilidoso, pois possui um mestre misterioso que o ensinou a arte de lutar. A jornada de Teseu começa quando este cruza o caminho de
Hiperion (
Michey Rourke), um homem que busca vingança contra os deuses pela morte de sua família. Hiperion deseja obter o mítico
Arco de Épiro, uma arma capaz de libertar os
Titãs, um mal ancestral capaz de fazer frente aos poderosos deuses gregos.
Para mim, o principal problema do filme (e que, por isso, compromete toda sua estrutura) é seu ritmo. O filme é muito "não-linear". Em alguns momentos, se arrasta, em outros acelera. Alterna cenas lindas com outras de violência exagerada.
Os deuses gregos são extremamente apáticos devido a uma regra imposta por
Zeus de que os deuses não devem interferir diretamente na vida dos seres humanos. Zeus é até mesmo capaz de matar seus filhos do que fazer algo para deter o avanço do vilão do filme. Atitude tão sem lógica quanto as atitudes de Hiperion.
O excesso de personagens também impede a platéia de se afeiçoar a algum personagem específico. Mesmo porque os dramas de Teseu e da sacerdotisa do oráculo (
Freida Pinto) não sustentam o filme sozinhos nem de longe.
As batalhas são divertidas. Em especial as que os deuses gregos atuam, porém o uso desenfreado do recurso para mostrar que os deuses são mais rápidos que os mortais ou os Titãs torna-se maçante.
São poucas as cenas que realmente me empolgaram. A minha preferida é a que
Poseidon decide intervir no destino de Teseu.
"O mar sempre foi imprevisível", proclama o Deus dos Mares. Ação, tensão e trilha sonora unem-se perfeitamente nesse momento.
Saí do cinema com aquela sensação de
"esperava muito mais". Se for para assistir algo digno ao transpôr a mitologia grega para as telonas, eu fico com o
Fúria de Titãs original.