domingo, 27 de março de 2011

Sucker Punch - Mundo Surreal



Babydoll contra um samurai armado com uma metralhadora

Imagem: http://www.omelete.com.br/images/galerias/sucker_punch/Wallpaper-1920x1080_02.jpg


Zack Snyder fez novamente. O diretor de 300 e Watchmen nos apresenta mais uma vez um filme com uma estética visual totalmente particular (dá-lhe câmeras lentas intercaladas com cortes rápidos) e arrojada que o publico odiará ou amará.

O direferencial desta vez é que Sucker Punch - Mundo Surreal não é baseado em uma história em quadrinhos ou nas idéias de outras pessoas. Trata-se do primeiro trabalho autoral do diretor. Das idéias do enredo, passando pelos personagens até sua linguagem audiovisual...tudo leva a assinatura de Snyder.

A película narra a triste história de Babydoll (Emily Browning), uma garota que é internada em um hospício por seu cruel padrasto. Dentro de cinco dias, ela será lobotomizada. Para evitar esse destino, ela cria um mundo imaginário onde precisa encontrar cinco objetos que lhe garantirão a salvação. Em suas aventuras, ela será auxiliada pelas amigas Rocket (Jena Malone), Blondie (Vanessa Hudgens), Sweet Pea (Abbie Cornish) e Amber (Jamie Chung).



Um dos cartazes da produção

Imagem: http://www.omelete.com.br/images/galerias/sucker_punch/Wallpaper-1920x1080_03.jpg


Então, a partir desse mundo surreal e imaginário que se passa na mente de Babydoll, o diretor pode brincar a vontade com referências a cultura pop. Sem se importar com geografia, linhas do tempo ou regras da física. Há lutas com samurais gigantes no Japão feudal, duelos contra orcs, zumbis e até um dragão! A batalha do trem contra uma legião de robôs assassinos é plasticamente impecável, por exemplo. Mas também existe a preocupação comercial em atrair a platéia masculina adolescente. Isso obviamente nos é delatado ao colocar lindas mulheres em trajes sumários detonando criaturas bizarras.

Pessoalmente, adoro ficção e fantasia. Mas não me agrada a sensação de ter um ator em meio a um cenário de pura computação gráfica. Isso fica evidente nos devaneios de Babydoll justamente para nos lembrar que aquilo não é a realidade. O porém dessa atitude é justamente tornar menos verossímel o que esta acontecendo. Se a sensação de perigo não é real, não tememos pela personagem. Se não torcemos por ela, não nos emocionamos tanto. Simples assim.

Isso tanto é fato que minha cena preferida é justamente o prólogo. Nessa cena inicial que acontece na realidade, nos é revelada uma cadeia de eventos que culmina em um confronto entre Babydoll e seu padrasto (embalada pela canção Sweet dreams interpretada pela própria atriz Emily Browning) que termina tragicamente. São estes acontecimentos que condenam a protagonista a parar no hospício.

Desta forma, temos três níveis de realidade que nos é apresentado. A realidade mostrada no início e fim do filme, o cabaré (que é como Babydoll enxerga o hospício onde se encontra) e o mundo surreal para onde ela escapa quando passa por momentos de dificuldade no mundo real.

A trilha sonora é um dos pontos fortes do filme. Embala os dramas das personagens apresentadas com eficiência e o volume sobe durante as cenas de ação para empolgar a audiência.

O desenrolar da trama é simples sem grandes ousadias. É interessante notar como as demais personagens vão aos poucos se afeiçoando a Babydoll, uma garota aparentemente frágil que age mais do que fala e se coloca em risco sem hesitar quando precisa proteger os entes queridos.

Considero o final da trama seu ponto mais fraco. Ela explica demais o que não precisa ser explicado (quanto menos explicação, mais aberto a interpretações o filme se tornaria) e recorre a uma última reviravolta desnecessária para toda a jornada da heroína (a revelação do quinto e último elemento necessário para a fuga do hospício).

Entretanto, o filme diverte e provoca. Ao contrário de muitas pessoas da vida real, a Babydoll (cujo verdadeiro nome nunca nos é revelado) do filme tem atitude. Ela age quando é preciso e se vale dos parcos recursos que dispõe para mudar a realidade ao seu redor. Quantas pessoas você não conhece que enxergam o mundo repleto de coisas erradas ao seu redor e não se mexem para mudá-lo? Em uma palavra, eu definiria Sucker Punch como desconcertante.

Um comentário:

Mari disse...

Acho os filmes do Snyder super estilosos!!!