sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Hulk

Não há truques de câmera. O Hulk demonstra toda a sua fúra em plena luz do dia
Em 2003, o Hulk ganhou um filme dirigido por Ang Lee, diretor do artístico e belo O Tigre e o Dragão, que não foi muito bem recebido pelo público, mas ganhou boas avaliações pela crítica. Vamos relembrá-lo?

A obra conta o drama do brilhante cientista Bruce Banner (Eric Bana) que, ao lado da ex-namorada Betty Ross (Jennifer Conelly), está trabalhando em uma pesquisa sobre os nanomeds - anticorpos que aceleram o processo de regeneração dos tecidos quando bombardeados com radiação gama. O sucesso da pesquisa representa um enorme avanço para a ciência médica, mas durante um acidente de laboratório é o próprio Dr. Banner quem é bombardeado pelos raios gama. 

Tal incidente ativa no cientista uma herança genética que ele desconhecia: seu pai David Banner (Nick Nolte) fazia experiências em si mesmo que aparentemente não surtiam efeito (isso é mostrado durante os créditos iniacis do filme). O sangue contaminado que David transmitiu para o filho mais a radiação gama dão vida aos demônios internos de Bruce. Quando irritado, o cientista se transforam em um monstro gigante, verde e incontrolável, ou seja, na criatura mais poderosa da Terra que passa a ser caçado pelo exército e até mesmo pelo próprio pai.

A imcompreendida criatura é caçada pelo exército e até pelo próprio pai

Até mesmo a sinopse demonstra a tentativa de Ang Lee de dar verossimilhança ao surgimento do Hulk. Tanto que não há pressa em contar a história. O relacionamento entre os personagens são bem aprofundados e  as primeiras aparições da criatura são bem pontuais. A ação cede espaço ao drama e a própria criatura fica em segundo plano na primeira metade do filme em detrimento do ótimo elenco. Porém, quando a ação acontece, ela é devastadora. Não há truques de câmeras ou tentativas excessivas de mostrar o monstro apenas nas sombras. O Hulk totalmente gerado por computação gráfica aparece de dia, de noite, em pleno deserto sob um sol escaldante enfrentando tanques de guerra e em meio a uma cidade apinhada de gente. 

Talvez a mescla filme de arte com ação não tenha sido lá uma grande idéia (para os padrões de Hollywood), mas ninguém pode dizer que a abordagem do diretor não foi ousada. Particularmente, considero a abordagem psicológica feita sobre Bruce Banner fenomenal. Quando descobrimos as lembranças reprimidas pelo personagem é possível vislumbrar toda a raiva e fúria que ele guarda dentro de si. Os mesmos sentimentos que alimentam o Hulk - na realidade uma outra personalidade do contido cientista que funciona como uma perfeita válvula de escape.

Certamente o ritmo do filme, com mais diálogos do que explosões, foi um dos principais fatores a não agradar o grande público, mas que vale a pena ser assistido. Um drama com ação, Hulk é um filme de entretenimento acima da média, ainda que incompreendido pelas pessoas como o próprio personagem principal.

Nenhum comentário: