quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Alias



A última aventura de Jessica Jones joga luz sobre seu passado obscuro

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Desde que surgiu nas páginas da revista Marvel Max, a série Alias, de Brian Michael Bendis, narrou as aventuras (e desventuras) de Jessica Jones a frente de sua pequena agência particular, a Codinome Investigações. Embora a protagonista desvendasse muitos casos, o leitor nunca descobria grandes informações sobre o passado da personagem. Até agora! Acontece que a editora Panini Comics reuniu o último arco de histórias da badalada série em uma edição especial de Marvel Max dedicada a Alias.

Desde a primeira trama, os leitores estavam cientes de que antes de tornar-se uma detetive particular, Jessica fora uma super-heroína conhecida como Safira. Com direito a colante e tudo. Mas, misteriosamente, ela largou essa vida e odeia esse papo de voar e combater o crime. Bendis, por meio das investigações de Jessica, nos revelou um mundo de super-heróis bem menos glamuroso com direito a mocinhos e mocinhas que pulavam a cerca, se drogavam, roubavam e alimentavam inusitadas fantasias sexuais.

No centro de tudo isso, tínhamos uma mulher com baixíssima auto-estima, destrutiva e deprimida, porém extremamente carismática que divertia com suas filosofias sobre si mesma, a vida alheia e as enrascadas em que se metia. Apesar da diversão, nunca ficou claro o que levou Jessica aquele ponto. Que fato teria forjado tal personalidade?

Em um novo caso, um grupo de pessoas contrata Jessica para encontrar um bandido de quinta categoria que está desaparecido há anos. Nada que a detetive não tenha feito antes. O problema é que o bandido teve um papel marcante no passado de Jessica e ao aceitar esse serviço, ela reviverá experiências que preferiria esquecer.



As capas da série sempre contam com um traço mais alternativo

Imagem: http://www.ambrosia.com.br/drops/files/2010/10/alias.jpg

A intenção não é estragar a surpresa de ninguém, por isso, sem mais narrativas. Basta dizer que o encerramento da série é coeso como todo o seu desenrolar. Brian Michael Bendis reafirma seu valor (como sempre o fez a cada edição da série) diversas vezes ao longo da trama, mas, em especial, no momento em que apresenta o grande antagonista de Jessica Jones. O roteirista simplesmente pega um personagem de quinta categoria e em poucos quadros lhe dá o status de primeiro escalão valendo-se de diálogos inspiradíssimos.

A arte de Michael Gaydos continua eficaz como sempre: mostra a vida como ela é. E serve de contraponto perfeito para a arte de Mark Bagley (responsável pelas cenas que mostram, em flashback, o passado heróico de Jessica) que possui uma arte mais “bonita”, limpa e transmite a idéia de um mundo mais perfeito e certinho.

Jessica Jones é aquele tipo de personagem que embora possua super-poderes, não precisa usá-los para nos conquistar. Ela fará falta.

Texto originalmente publicado no site Raciocínio Rápido.

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