Jesus Cristo é interpretado pelo ótimo ator Jim Caviezel
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Eu tenho um tio - uma das pessoas mais inteligentes que conheço, diga-se de passagem - que se auto considera "um fã incondicional daquele cabeludo". Quando ele diz isso, está se referindo a ninguém menos que Jesus Cristo. Quando falamos esse nome, uma série de informações passam pelas nossas cabeças, pois trata-se de alguém que, certamente, já ouvimos falar.
Talvez seja por esta razão que o diretor Mel Gibson tenha resolvido começar a contar a saga daquele homem a partir da traição de Judas e seguindo em diante narrando suas 12 últimas horas de vida em seu mais recente filme: A paixão de Cristo.
Aí está, ao mesmo tempo, o grande trunfo e defeito do filme. Ele é diferente de seus predecedores em sua abordagem, mas é necessário, de antemão, conhecer a saga de Cristo antes de assistir a Paixão.
A censura do filme é de 14 anos. Imagine um jovem nesta faixa etária que ainda não tenha feito catecismo ou seja de outra religião e tenha tido pouco contato com o legado católico. Sem mencionar os ateus. Esse público sairá do cinema sem uma visão geral da obra.
Por que? O nome de Maria Madalena não é citado nenhuma vez durante as mais de duas horas de projeção do filme, por exemplo. Nem é explicado quem é ela. Aliás, ela pode ser considerada até uma participação especial.
Irônico que minha cena preferida do filme é justamente uma lembrança desta personagem. A câmera está próxima ao chão e vemos um pé pisando forte no chão (neste momento os efeitos sonoros estão mais altos que o habitual) e uma mão (da mesma pessoa) risca o chão com o próprio dedo levantando poeira. Várias pessoas distantes jogam pedras que ostentavam nas mão no chão. E uma mão se aproxima e agarra o tornozelo de quem aparecera antes que era Jesus. Então, percebemos que estávamos olhando a cena através dos olhos de Maria Madalena que estava caída no chão. Na Bíblia, esta é aquela famosa passagem que Jesus proclama: "Quem nunca pecou que atire a primeira pedra". Ele não fala isso no filme, eu sei porque já sabia disso anteriormente.
Talvez seja por esta razão que o diretor Mel Gibson tenha resolvido começar a contar a saga daquele homem a partir da traição de Judas e seguindo em diante narrando suas 12 últimas horas de vida em seu mais recente filme: A paixão de Cristo.
Aí está, ao mesmo tempo, o grande trunfo e defeito do filme. Ele é diferente de seus predecedores em sua abordagem, mas é necessário, de antemão, conhecer a saga de Cristo antes de assistir a Paixão.
A censura do filme é de 14 anos. Imagine um jovem nesta faixa etária que ainda não tenha feito catecismo ou seja de outra religião e tenha tido pouco contato com o legado católico. Sem mencionar os ateus. Esse público sairá do cinema sem uma visão geral da obra.
Por que? O nome de Maria Madalena não é citado nenhuma vez durante as mais de duas horas de projeção do filme, por exemplo. Nem é explicado quem é ela. Aliás, ela pode ser considerada até uma participação especial.
Irônico que minha cena preferida do filme é justamente uma lembrança desta personagem. A câmera está próxima ao chão e vemos um pé pisando forte no chão (neste momento os efeitos sonoros estão mais altos que o habitual) e uma mão (da mesma pessoa) risca o chão com o próprio dedo levantando poeira. Várias pessoas distantes jogam pedras que ostentavam nas mão no chão. E uma mão se aproxima e agarra o tornozelo de quem aparecera antes que era Jesus. Então, percebemos que estávamos olhando a cena através dos olhos de Maria Madalena que estava caída no chão. Na Bíblia, esta é aquela famosa passagem que Jesus proclama: "Quem nunca pecou que atire a primeira pedra". Ele não fala isso no filme, eu sei porque já sabia disso anteriormente.
O Jesus deste filme é interpretado pelo ator Jim Caviezel (o Edmond Dantes, do bacana O Conde de Monte Cristo, filme baseado na obra do fabuloso Alexandre Dumas, o autor pai dos Três Mosqueteiros). Jim interpreta um Jesus mais humano, que sente medo e tem dúvidas, tornando-o, assim, uma figura mais próxima de nós. Diferentemente, de outras séries e películas que mostram um homem perfeito que sai por aí fazendo milagres como acontece em 8 de cada 10 filmes sobre Cristo.
Mais um ponto a favor do filme é que ele é falado em Aramaico (a língua que Jesus falava) e isso ajuda na ilusão. É estranho ver Jesus falando Inglês. Seria o mesmo que acontece naquelas séries da Globo, onde atores cariocas interpretam papéis de paulistanos e o resultado obtido é horrível. Pois não dá para acreditar.
O filme é bom? Sim. Muito. Mas é importante lembrar que ele é dirigido por um católico fervoroso. Ou seja, a história enaltece a figura de Jesus e o dá capacidades para realizar o que um ser humano comum não suportaria. Já contradizendo algo que uma amiga minha me disse: "é impossível um homem sobreviver a tudo aquilo."
Isso fica claro quando imaginamos um diretor ateu produzindo um filme sobre Cristo. Talvez ele fosse capaz até de imprimir um caráter cômico aquela história tão trágica.
Ah, e prepare-se para um banho de sangue porque o filme é fortíssimo no quesito violência.
E quanto a polêmica sobre o anti-semitismo. Pura besteira. Como outros já disseram "ninguém disse que ele é anti-romano". Sinceramente? Se planejada, esta foi uma grande campanha de marketing que todo diretor gostaria de atrair: a propaganda gratuita propalada pelo burburinho causado pelos espectadores.
Texto originalmente publicado no site Raciocínio Rápido.
Mais um ponto a favor do filme é que ele é falado em Aramaico (a língua que Jesus falava) e isso ajuda na ilusão. É estranho ver Jesus falando Inglês. Seria o mesmo que acontece naquelas séries da Globo, onde atores cariocas interpretam papéis de paulistanos e o resultado obtido é horrível. Pois não dá para acreditar.
O filme é bom? Sim. Muito. Mas é importante lembrar que ele é dirigido por um católico fervoroso. Ou seja, a história enaltece a figura de Jesus e o dá capacidades para realizar o que um ser humano comum não suportaria. Já contradizendo algo que uma amiga minha me disse: "é impossível um homem sobreviver a tudo aquilo."
Isso fica claro quando imaginamos um diretor ateu produzindo um filme sobre Cristo. Talvez ele fosse capaz até de imprimir um caráter cômico aquela história tão trágica.
Ah, e prepare-se para um banho de sangue porque o filme é fortíssimo no quesito violência.
E quanto a polêmica sobre o anti-semitismo. Pura besteira. Como outros já disseram "ninguém disse que ele é anti-romano". Sinceramente? Se planejada, esta foi uma grande campanha de marketing que todo diretor gostaria de atrair: a propaganda gratuita propalada pelo burburinho causado pelos espectadores.
Texto originalmente publicado no site Raciocínio Rápido.
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