quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Desventuras em Série



Cuidado, crianças! O Conde Olaf esta à espreita!

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Um conto de fadas com humor negro. Essa era a idéia que vinha a minha mente enquanto lia Mau Começo, o primeiro volume da coletânea de livros Desventuras em série. Tive a mesma impressão ao assistir a versão cinematográfica da obra. Seja pelas estranhas advertências de Lemony Snicket ou a sucessão de eventos infelizes que acometem os órfãos Baudelaire, sabemos que a vida daquelas três crianças não será nada fácil.

Desventuras em série é uma série de livros escrita por Lemony Snicket (pseudônimo do norte-americano Daniel Handler) com previsão de ser composta por 13 obras. Já foram lançados 11 títulos nos Estados Unidos e o 10º volume chegou ao Brasil junto com o lançamento do filme. Se apenas o primeiro livro fosse transposto para as telas, seria dificílimo o filme ter mais do que 30 minutos de duração. Por isso, os produtores optaram por criar um roteiro baseado nos três primeiros tomos da série: (na seqüência) Mau Começo, A sala dos répteis e O lago das sanguessugas.

Tanto filme quanto livro narram a triste história dos órfãos Violet (Emily Browning), Klaus (Liam Aiken) e Sunny (as gêmeas Kara Hoffman e Shelby Hoffman) Baudelaire que, após perderem os pais em um incêndio, são obrigados a viverem sob a tutela de algum parente até que Violet, a mais velha, atinja a maioridade para receber a enorme fortuna que possuem direito como herança. O problema é que no encalço dos três está um ambicioso tio, o Conde Olaf (Jim Carrey), que só quer saber do dinheiro.

O filme passa a sensação de contar uma história atemporal devido à mescla de elementos contemporâneos e de época que apresenta. Como toda fábula, trata-se de uma história que poderia ter sido contada há muito tempo e poderá ser contada daqui a alguns anos.



Os irmãos Baudelaire Sunny, Violet e Klaus

Imagem: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEib13zCbsa-JmMpYEmUPuV_M74gAFtLlATX34u-HS2tqC_vmVgZEzdVdZ_9wvaiqIprzwUsAwtPUfJrBaGQejm35NDYHpPgXNEfLNavtduTLtHQVcmPjyrAWFyj-NzuKgmJV_GVdYL5P7XO/s1600/155718__lemony_l.jpg

A fotografia confere um ar sombrio ainda mais forte que o do livro com as paisagens sempre nubladas e tons de cinza e azul que tomam conta das cenas. Ela intensifica os comentários de Snicket (Jude Law), mas estes recursos perdem um pouco do efeito com a presença de Jim Carrey no elenco. Como era de se esperar, o talentoso ator acaba por conferir um tom mais cômico do que perverso ao Conde. O que torna comparações entre Olaf e todos aqueles personagens cartunescos dos desenhos animados, que de tão confiantes sempre colocam seus planos por água a baixo, inevitáveis.

O trio de protagonistas faz um trabalho “suficiente”. Não é ruim, mas também está longe de ser maravilhoso, pois os jovens atores não conferem nada de especial aos personagens que interpretam. Talvez, esse fato se acentue devido ao fato dos órfãos Baudelaire serem extremamente introspectivos. Quer dizer, torcemos pelos protagonistas mais pelas situações absurdas em que são colocados do que pelo carisma ou afeição que poderíamos nutrir por eles.

Outro aspecto, é que o filme nos transmite a sensação de que os Baudelaire são os únicos personagens normais da trama. Enquanto que o Conde Olaf, os outros parentes e os personagens secundários são demasiadamente exagerados e cheios de manias estranhas. Parece que o espectador é convidado a trilhar uma jornada, junto aos protagonistas, por um reino de fantasia bastante peculiar.

Por fim, vale a pena pensar sobre uma das mensagens mais originais que um filme para jovens poderia transmitir: o dinheiro pode trazer grandes complicações. Ao mesmo tempo em que simboliza a solução para os problemas dos protagonistas, a fortuna dos Baudelaire também é o grande chamariz para pessoas da estirpe do Conde Olaf. Em um mundo em que o consumo é um sentido para vida e o dinheiro é mais visto como finalidade do que instrumento, esta é uma importante lição.

Texto originalmente publicado no site Raciocínio Rápido.

5 comentários:

Unknown disse...

Eu amo esse filme,é muito legal!!!!!!!!!!!

Anônimo disse...

eu tb

v disse...

acho a menina uma gata

Khêder Henrique disse...

Tb acho, V. A Emily Browning é a atriz principal do filme Suncker Punch - Mundo Surreal. Escrevi uma resenha sobre esse filme aqui no blog tb. Já leu? Obrigado pelo comment.

Anônimo disse...

É meu filme favorito.Eles são muito bons.Adoro esse filme,pq eu gosto de filmes de desvendar mistérios...