segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Superman - O Filme



O cartaz original dizia "Você vai acreditar que um homem pode voar"

Imagem: http://www.supermanhomepage.com/images/chris-reeve-movies/Superman-Movie-Poster.jpg


O Superman é, nos quadrinhos, o maior herói de todos os tempos. O personagem possui uma aura mítica e até o comparam a Jesus Cristo devido a sua fabulosa origem. Ele é o último sobrevivente de Krypton, um planeta bem mais avançado que a Terra, e foi enviado para cá por seu pai, Jor-el (Marlon Brando), momentos antes do planeta explodir. Sob os raios de nosso Sol amarelo, o garoto desenvolveu habilidades especiais como força e velocidade sobre humanas, invulnerabilidade, visão de calor, visão de raios-x e até o poder de voar. Um deus entre mortais que poderia facilmente nos dominar e escravizar. No entanto, quando chegou a Terra, ele foi encontrado por um casal de fazendeiros, os Kent, que o criaram e o rapaz cresceu para se tornar um combatente do crime.

O filme do diretor Richard Donner, de 1978, possui essa aura mítica e é extremamente fiel aos quadrinhos. Donner buscou veracidade para tudo em seu filme. Sim, estamos falando de um homem que veste uma roupa colante com uma capa e que sai voando por aí, um ser a prova de balas e mais forte que uma locomotiva. Mas tudo isso fica em segundo plano. O que é mostrado na tela é um homem especial que representa uma idéia. Uma idéia de nobreza e bondade. O Super é uma força do bem.

Ele pode ser fisicamente perfeito, mas ele foi criado por humanos. E, por trás daquele escudo com um “S” em seu peito, é igual a nós: emocionalmente vulnerável. E mesmo com tantas habilidades ele não pode evitar a morte de um ente querido ou forçar uma pessoa com pretenções malignas a ser decente. Ele pode inspirar os outros, mas não comandar suas escolhas.

Christopher Reeve faz um Homem de Aço inigualável e consegue nos ludibriar como um Clark Kent desajeitado e tímido, porém super carismático. Margot Kidder imprime a Lois Lane todo um charme irresistível. Ela é uma mulher moderna com os pés no chão (isso não é trocadilho), zomba de seu parceiro Kent, mas transforma-se em princesa de conto de fadas quando se encontra com o Super. Com direito a suspiros.



A olhadinha clássica para câmera antes dos créditos finais

Imagem: http://moviesmedia.ign.com/movies/image/superman-reeve-flying.jpg



Gene Hackman é um gênio do mal incontestável na pele de Lex Luthor. Possui humor refinado e é impecável como vilão do filme. Para o público de hoje, o defeito da trama está no personagem e não no ator. Acontece que Hackman interpreta o Luthor que existia no fim da década de 70. Um cara que fica se gabando de seu intelecto e se considera a maior mente criminosa de todos os tempo. Logicamente, perto de sua contraparte atual nos quadrinhos que é presidente dos Estados Unidos, ele mais faz rir que meter medo. Mas o embate músculos (Superman) versus cérebro (Lex), no contexto do filme, é válido.

No mais sábio de seus conselhos, Jor-el alerta seu filho de que a ruína de Krypton foi a vaidade de seus habitantes que não acreditavam que o planeta pudesse explodir. Não importa quem você é ou o que pode fazer, todos temos nossas fraquezas. E Lex Luthor descobre a do Homem de Aço (de uma maneira bem duvidosa, é bom lembrar).

Os efeitos especiais utilizados eram os de ponta na época. E, pode reparar, ainda são melhores do que muitos que vemos por aí. Estamos falando de um filme que queria mostrar que um homem poderia voar em um tempo em que não era qualquer Neo que era capaz de tal façanha e efeitos por computador e “bullet time” não eram “carne de vaca” utilizados até em comerciais. Algumas tomadas demoravam meses para ficar prontas e toda a dificuldade para fazer o espectador crer que um homem pode voar está registrada nos documentários nos extras do DVD da nova versão remasterizada digitalmente atualmente disponível no mercado.

Este filme não possui um final, pois algumas cenas da seqüência já haviam sido rodadas. Infelizmente, após a estréia nos cinemas, o diretor Richard Donner foi demitido de seu cargo devido a divergência com os produtores e substituído por Richard Lester que utilizou algumas destas cenas na montagem de Superman II. Um episódio bem obscuro dos bastidores da produção dos filmes do Homem de Aço.

Enfim, um contos de fadas moderno ou uma história de super-herói? Não importa. Superman é um filme grandioso assim como as mensagens que traz consigo. Não há dúvidas: quando o herói voa como um pássaro rumo ao Sol embalado pela música inesquecível de John Williams é facilmente crível que um homem pode voar.

Texto originalmente publicado no site Raciocínio Rápido.

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