quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Final Fantasy: Advent Children



Os personagens de Final Fantasy VII estão de volta para o deleite dos fãs... apenas dos fãs

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Contexto

Final Fantasy é uma série de games produzidos pela softhouse japonesa Square Enix que praticamente tornou-se uma marca. Já existem mais de 10 títulos lançados com essa “marca” e cada um vende milhões de unidades no Japão e mundo afora. Porém, a série não possui continuidade. Ou seja, cada título traz uma trama diferente e novos personagens. Desta forma, Final Fantasy V não tem nada a versão com Final Fantasy VI e assim por diante.

Basicamente, o link que une todos os jogos lançados com o título Final Fantasy estão centrados no gênero do game. Todos os títulos são RPGs (Role Playing Game ou jogo de interpretação de personagens) onde o jogador controla um grupo de heróis que vive aventuras por um mundo fantasioso. Assim, a diversão é bem maior, pois não jogamos com um herói, mas vários. Cada um com suas próprias habilidades e fraquezas. Geralmente há um espadachim, um ladrão, um mercenário e assim por diante.

Outra característica marcante da série é que o mundo onde as tramas se desenrolam são lugares atemporais que misturam elementos futurísticos com clássicos de capa e espada. Ou seja, os personagens podem se comunicar por celular, mas também aprendem magias e lutam contra dragões e outros monstros míticos.

Mas a maior qualidade da série reside na qualidade dos enredos. Como esses jogos possuem horas e mais horas de duração, há tempo de sobra para criar uma trama densa e complexa e desenvolver cada personagem como em uma novela. Não há como não se afeiçoar até mesmo com o vilão a ser vencido. Enfim, o jogo é tão envolvente quanto um bom livro. A diferença é que podemos interagir nos rumos da história.



A cena do ataque do summon à cidade é uma das melhores do filme

Imagem: http://www.backfrog.com/images/060314-advent-children.jpg

Uma jornada ao cinema

Tendo em mãos um produto tão rentável quanto Final Fantasy, a Square decidiu produzir um filme sobre a série. Assim, em 2001, chegou aos cinemas Final Fantasy: The Spirits Within. Totalmente produzida em computação gráfica, a película é um deleite visual, porém desapontou completamente os fãs e foi um fracasso de bilheteria, pois, simplesmente, está a quilômetros de distância dos jogos da série.

Não traz vestígios de elementos consagrados da série de jogos e coloca informações demais em um filme com menos de duas horas de duração (talvez porque os produtores estivessem acostumados com as 60 horas de duração que cada jogo costuma possuir).

Por fim, ficou a sensação de que nunca mais veríamos Final Fantasy no cinema.

Contra-jornada

Em uma aposta totalmente inversa a anterior, a Square lançou no Japão Final Fantasy VII: Advent Children. Ou seja, ao invés de um filme para as massas, o público alvo foi restringido para os amantes da série mesmo, em especial aos jogadores que chegaram ao fim de Final Fantasy VII.

O filme é um epílogo para o game. A ação acontece dois anos após os eventos do jogo e, apesar da breve introdução que resgata elementos do game, fica praticamente impossível para um espectador que nunca ouviu falar daqueles personagens compreender a trama por completo. Nesse caso, fica para esse público o gosto de assistir a batalhas espetaculares que deixam Matrix no chinelo e se deleitar com imagens absurdamente lindas. Não há como não confundir os personagens gerados por computação gráfica com atores reais.




A luta de Tifa na Igreja é muito bem coreografada

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O game

Final Fantasy VII narra a história de um mundo onde uma gigantesca corporação chamada Shinra utiliza o Lifestream (uma energia que permeia toda a vida do universo) como recurso para abastecer a humanidade. Ou seja, a Shinra deteriorava a vida do planeta para oferecer uma vida melhor para seus habitantes. Só que se isso durar muito, não haverá planeta para morar... que paradoxo! Bom... não é muito do diferente do que ocorre na vida real, não é mesmo?

Enfim, o jogador assume o comando de Cloud, um mercenário, que envolve-se com um grupo de revolucionários que luta contra os desmandos da Shinra.

Advent Children

Dois após o fim das lutas contra a Shinra, o planeta está em reconstrução e cada personagem do jogo seguiu um caminho diferente. Os próprios funcionários da Shinra sentem-se culpados pelo que fizeram e estão ajudando na reconstrução.

Cloud, o protagonista do jogo e do filme, vaga pelo mundo em busca de respostas e redenção pela morte de uma pessoa que lhe era muito especial – que ocorreu durante o jogo – e que ele não foi capaz de evitar.

Os antagonistas da trama são um grupo de homens com cabelos prateados que estão atrás de algo que chamam de “Mãe” e não medirão conseqüências para atingir seus objetivos.

O lero-lero fica por aí, o resto do filme é uma seqüência de lutas espetaculares que podem tornar-se cansativas para quem não gosta de ação (característica que tornou Matrix Reloaded intragável para muita gente). Mas é perceptível que elas levam o personagem principal a um destino para fechar com chave de ouro o drama psicológico que permeia o enredo.

Para os fãs do jogo fica a emoção de rever todos os personagens que ele controlara anteriormente em ação contra um summon (uma espécie de entidade sagrada que pode ser convocada por magia) em meio a uma cidade (uma das mais espetaculares cenas de ação do filme) e descobrir até onde Cloud chegará em sua descoberta pessoal.

Para os que não jogaram o game, fica a esperança de que a Square produza um filme de Final Fantasy tão bom quanto os jogos que consagraram a série, mas que não seja restrito aos jogadores do game.

Texto originalmente publicado no site Raciocínio Rápido.

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