quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Ethora



A capa da publicação

Imagem: http://img24.imageshack.us/img24/6576/ethora.jpg


“Ethora é o nome de um continente, de uma terra fantástica, de um grande projeto nascido de um sonho que se concretiza dia após dia”. Esta citação foi retirada da "Ethora's Official Homepage. A Ethora que abordarei neste post é uma publicação especial e recente da Editora Talismã (a mesma de Holy Avenger). Porém, como descobriremos a seguir, esta edição especial é apenas a ponta do iceberg, pois Ethora é muito mais do uma curta história fechada.

A revista Ethora Especial nº 1 conta a história de uma caçadora chamada Hellen que está atrás de uma nova presa: o famoso Raposa, um ladrão que após roubar um objeto de um mago teve uma maldição lançada sobre si que o transforma no animal que lhe dá nome. Porém, a companheira de Raposa, Satine, furtou um objeto que atrai a atenção de outro caçador para complicar ainda mais este jogo de gato e rato.

A roteirista Beth Kodama nos apresenta uma história simples e curta que nos prende do início ao fim. A citada trama serve tanto para nos entreter com personagens desconhecidos do grande público, porém, extremamente cativantes, como para apresentar um pouco sobre o mundo de Ethora. E deixa várias e convenientes pontas soltas para possíveis seqüências. Essa edição ainda traz um interessante Making Of da personagem Hellen.

Os desenhos são de autoria da competentíssima Karina Erica Horita que rabisca lindas artes em estilo mangá. Sua arte varia de acordo com as exigências do roteiro. Há instantes em que seus desenhos adquirem um traço tão definido que lembram um desenho animado e outros que os traços ficam mais indefinidos lembrando um storyboard. Ela dá preferência aos closes que fecham nos rostos dos personagens, mas antes que digam que isso é preguiça de desenhar cenários, ela os desenha com perfeição e detalhes quando preciso. Seu desenho não seria o mesmo sem o suporte do belo trabalho com as retículas (numa explicação bem leiga: aquelas formas de preenchimento para áreas vazias presentes em cenários, sombras, cabelos, etc) de Elton Azuma.



Capa da mini-série A Donzela de Ferro (ainda não li)

Imagem: http://www.quantaacademia.com/blog/Blog-251006-ethora002.jpg

Como mencionado, os desenhos são belos, mas justamente a capa não traz o desenho mais feliz da edição. A ilustração da capa é um pouco poluída visualmente. Eu acho que a ilustração que aparece na última página (e que também serviria como capa) apresenta muito bem os personagens, numa arte melhor solucionada. Fechando a publicação ainda há uma seção de cartas muito engraçada intitulada SPEX – Serviço de Postagem Expressa. Mas espere aí? Essa não é uma edição especial? A primeira? Como poderiam existir pessoas que conheciam a obra para enviar cartas? Uma rápida pesquisa revelou-me a verdade.

Esta é a primeira publicação oficial, em banca, que leva o nome de Ethora. Este que é um lugar que serve como pano de fundo para narrativas fantásticas (assim como a Terra Média é pano de fundo de “O Senhor dos Anéis”). Os leitores que aparecem na seção de cartas conheciam Ethora de outros tempos quando de sua primeira história publicada, em outubro de 2000, no extinto fanzine Kanetsu (que existiu de 1999 a 2002), ou em seu primeiro convite oficial, em 2002, para a Tsunami (maremoto em japonês), fanzine que virou revista pela Brainstore Editora e agora é publicada pela Editora Talismã.

Esta edição mostra o resultado de um longo e grandioso esforço para levar uma história em quadrinhos totalmente nacional (não é patriotismo, mas um reconhecimento de uma vitória num mercado cheio de obstáculos) às prateleiras de uma banca de jornal. Fica registrada aqui a torcida do RR para que os criadores de Ethora voltam em breve com novas histórias para contar.

Texto originalmente publicado no site Raciocínio Rápido.

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